Terça-feira, 18 de Novembro de 2008
«É de lamentar que homens, com quem a revolução deveria contar, que tinham o dever de se encontrar lado a lado com outros revolucionários (...), não hesitem em estabelecer alianças de facto com os indignos que ontem combateram, só com o propósito de quererem impedir que as classes trabalhadoras tomem o seu destino em mãos(...). Chegou a hora da verdade para a Revolução portuguesa.(...)Agora que o fascismo, mercê das nossas hesitações, ambiguidades e querelas subalternas, está a levantar a cabeça (...), todos os antifascistas, todos os patriotas e todos os democratas(...)devem unir-se numa frente de defesa das liberdades democráticas,inabalável e indestrutível
Lembro-me de ouvir isto há 33 anos atrás, em directo, pela televisão, no Barreiro, o comício decorria ali mesmo ao lado, em Almada. Lembro-me do orador, descomposto, a pôr e a tirar os óculos, em frente a uma mole humana, que gritava palavras de ordem. Lembro-me de sentir uma estranha aflição, ouvindo aquele homem de cabeça perdida, pensando que alguém devia aconselhar o infeliz a descansar e tratar-se, porque aquele comportamento não era normal, o homem não podia estar bem, será que ninguém via? O tempo passou. Dizem que a História se repete, mas eu prefiro pensar que os homens aprendem e mudam.


publicado por Nicolina Cabrita às 00:31 | link do post | comentar

2 comentários:
De Patricia Lousinha a 18 de Novembro de 2008 às 23:56
Também assim penso, que o Homem aprende e muda. Curiosamente, cada vez mais, menos acredito nisso.


De Fernando Ramos a 19 de Novembro de 2008 às 16:43
Só mesmo uma idealista para crer inabalavelmente no Bom Selvagem. Mas cada vez que lembro o “Companheiro Vasco”, lembro um homem alucinado, crente que as suas ideias eram as da maioria e quase, quase, ele e outros alucinados iam atirando este pobre país para uma guerra civil.
A alucinação de Vasco Gonçalves era assente numa utopia idealista, quiçá ingénua, ao passo que alguns dos que hoje discursam atirando a eito para todo o lado, programaram a sua ascensão, fazendo do ludíbrio mote, num regurgito bilioso sem respeito pelos outros.
As massas que escolheram a mudança, pagam hoje o preço de colocarem no andaime mor quem se faz pagar pelo mister que escolheu. Pobres incautos, a sua sede de mudança conduziu-os à mudança que não queriam, ou ainda querem?
Pelo meu lado, recordo uma frase do meu pai:
O tempo faz ao vinho o que faz aos homens, apura os bons e avinagra os maus!
A situação que vivemos faz-me lembrar aquela mãe orgulhosa que vai ver o filho militar numa parada, onde o rapaz marchava entre outros, embora fora de compasso. A mãe orgulhosa, clamou.
- Vejam, vejam, o meu filho é o único que leva o passo certo!


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